Oposição na Venezuela anuncia apoio a presença militar dos EUA; governo Trump confirma que Maduro tentou negociar
Edmundo González X / Reprodução Os líderes da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia e María Corina Machado anunciaram, nesta segunda-feira (22),...

Edmundo González X / Reprodução Os líderes da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia e María Corina Machado anunciaram, nesta segunda-feira (22), que apoiam a presença militar dos Estados Unidos no Caribe. González, que disputou as últimas eleições presidenciais com Nicolás Maduro e afirma tê-lo vencido nas urnas, divulgou um vídeo nas redes sociais em que afirma que a ação americana é "necessária" para restabelecer a soberania do país. "O cerco antinarcóticos do mar do Caribe liderado pelos Estados Unidos (...) constitui uma medida necessária para o desmantelamento da estrutura criminosa que ainda se ergue como único obstáculo para o restabelecimento da soberania popular na Venezuela. Ao povo da Venezuela (...) não resta outra opção a não ser forçar a saída de tal regime", declarou Edmundo, que se apresentou como presidente eleito. A declaração do opositor venezuelano se alinha ao discurso do governo Trump. Para enviar navios de guerra para o entorno da Venezuela no mês passado, Washington acusou Maduro de ligação com o narcotráfico e ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 265 milhões) por sua captura. Os EUA e as principais democracias da América e da União Europeia não reconhecem o presidente venezuelano como presidente. A decisão foi tomada depois que o governo Maduro se recusou a publicar das atas eleitorais. Venezuela X EUA Também nesta segunda-feira, o governo Trump se pronunciou sobre sua ofensiva contra o governo venezuelano. Questionada sobre uma carta enviada por Nicolás Maduro tentando abrir um canal de conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no começo do mês, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que ela foi enviada, mas afirmou que o republicano não mudará sua política em relação à Venezuela. A existência e o conteúdo dessa carta foi revelado neste fim de semana pela Reuters. O documento, a que a agência teve acesso, foi datado do dia 6 de setembro, dias após o primeiro ataque dos EUA a um barco do país sul-americano que, segundo Trump, transportava traficantes de drogas. Na sexta-feira (19), a Venezuela pediu à ONU que investigue os ataques dos Estados Unidos a barcos no Caribe - foram quatro bombardeios, com 17 mortos no total. Em comunicado divulgado para a imprensa, o procurador-geral do país, Tarek William Saab, os qualificou como "crimes contra a humanidade" e afirmou que as vítimas, que o governo americano afirma serem narcotraficantes, eram apenas pescadores. Venezuela x EUA: Maduro anuncia treinamento militar de civis com armas O pedido aconteceu um dia após o presidente venezuelano anunciar que militares estão indo a comunidades para treinar civis no uso de armas. Há algumas semanas, ele já havia convocado voluntários da milícia, um corpo formado por civis, para treinar nos quartéis. Na quarta-feira (17), a Força Armada Nacional venezuelana também deu início a três dias de exercícios militares na ilha caribenha de La Orchila, a 65 km do continente. Dois dias antes, Nicolás Maduro acusou os EUA de "agressão" e afirmou que estão usando uma mentira para justificar a ação militar.